Igreja Matriz

Entre o património da Granja salienta-se a Igreja Matriz que sobressai das restantes casas da aldeia. Construída no século XVI, de planta retangular e nave ampla, possui no seu interior pinturas de grande interesse.
Quando foi construída no século XIV, a igreja de S. Brás pertencia aos hospitalários de S. João de Acre, passando mais tarde, como capela curada, para a ordem de Avis, cuja comenda estava, no ano de 1534, anexada á matriz de Mourão.
A sua construção em estilo gótico foi alvo de várias intervenções, sendo a última realizada em 1960.
Ao visitarmos a Igreja, deparamo-nos com algumas alterações, nomeadamente nas fachadas, onde ainda permanecem a traça barroca, filipina e clássica. No seu interior encontra-se a caixa de trono de D. José, datada do ano de 1761, a imagem de Nª. Sª. das Neves, a imagem de S. Brás e de S. Sebastião. Existem ainda alguns móveis que se encontram em bom estado de conservação. No lado norte da frontaria, encontra-se uma torre quadrada que conta com quatro olhais onde estão colocados três sinos fundidos.
Este templo primitivo gótico viria a ser totalmente refeito nos finais do Século XVI, por ordem de D. Teotónio de Bragança. No início do século XVII, altura em que ficou concluído, foi construído o altar da Nossa Senhora das Neves e os Portais da Igreja. Estes últimos são obra do mestre canteiro estremocense Pedro Alvarez Moniz. No século XVIII, o interior foi enriquecido com os frescos da capela-mor e com altares de talha policroma.
Na década de 60 sofreu importantes reparações, conservando hoje os seus traços arquitetónicos. Túlio Espanca, numa das suas inúmeras obras, alude á “majestade na distribuição das cinco capelas que a compõem, iluminadas em doce colaboração de pinturas murais seiscentistas”.
Nas fachadas axial e lateral é possível distinguir, apesar de ligeiras alterações, a traça barroca filipina e clássica. Na parte norte existe uma janela gradeada que ilumina o acesso á torre, na fração este foi colocada uma porta com seis degraus semicirculares em cimento e na sul um portal em mármore de cornija muito saliente.
A sua frontaria, orientada ao pôr-do-sol, é flanqueada por robustas pilastras, alteando-se do seu lado norte, a torre sineira quadrada, guarnecida de pináculos flamejantes.
Um janelão simples e um pórtico inserem-se num frontão triangular com cruz, também em mármore, ladeado por colunas dóricas e por uma parede lateral, onde sobressai um Escudo da Casa Bragança, colocado abaixo de uma cruz da ordem de Avis. No lado norte da frontaria ergue-se uma torre quadrada com quatro olhais, de remate piramidal, onde estão instalados três sinos fundidos.
O interior, muito bem iluminado, tem uma nave de planta retangular com cinco tramos reforçados por pilastras de alvenaria caiada. O altar de Santo António, único no templo, eleva-se em frente ao púlpito, em madeira entalhada sobre repisa de mármore. Neste espaço único podem encontrar-se na cabeceira, cinco capelas, sendo a capela-mor de planta retangular, e teto de meio canhão coberto por frescos, o seu mais digno exemplar.
Dois retábulos, um no altar-mor e um retábulo filipino alusivo ás almas do purgatório, marcam presença neste templo cristão. O batistério, com abertura interior em abóbada, é todo pavimentado em lajeado de xisto com sepulturas anepigrafadas.
Uma taça circular de mármore, com base de balaústre quadrado, ocupa o centro deste espaço religioso.